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Um novo termo com uma antiga verdade: Quiet Cracking

 

Imagine uma parede, aparentemente, firme. De longe, parece intacta, mas ao se aproximar, pequenas fissuras começam a aparecer. Quase imperceptíveis, mas crescendo a cada dia. Assim é o quiet cracking: a rachadura silenciosa que se forma dentro das pessoas no trabalho.

Se o quiet quitting foi o protesto discreto de quem decide fazer apenas o mínimo, o quiet cracking é diferente, não é uma escolha, é uma consequência. É quando a alma do colaborador vai cedendo, devagarinho, até que a motivação se esfarela.

Quiet quitting x Quiet cracking

O quiet quitting ganhou manchetes em 2022 e 2023. Era quase um manifesto: “vou me proteger, entregar só o que o contrato pede e nada mais”. Um movimento racional contra jornadas extenuantes e líderes insensíveis.

Já o quiet cracking é mais sombrio. Não há protesto, nem decisão clara. O colaborador continua presente, bate ponto, cumpre tarefas. Mas por dentro vai rachando. Cada reunião sem propósito, cada meta inalcançável, cada ausência de reconhecimento age como um martelo na estrutura interna.

Segundo pesquisa da TalentLMS (2025), mais da metade dos trabalhadores já sente esse desgaste: 20% com frequência, 34% ocasionalmente. A rachadura é real — só não faz barulho.

Quando o ambiente tóxico vira terreno fértil

Seja num chão de fábrica ou num escritório sofisticado, ambientes tóxicos são como umidade infiltrando a parede. O que alimenta o quiet cracking é bem conhecido:

Liderança surda: gestores que não aceitam sugestões, não apoiam, não enxergam o humano por trás do crachá.

Expectativas desumanas: prazos irreais, papéis confusos, metas que só geram frustração.

Falta de reconhecimento: esforço invisível, vitórias não celebradas.

Insegurança sobre o futuro: medo de demissões, impacto da automação, incerteza econômica.

É nesse caldo que a rachadura se espalha. O funcionário segue lá, mas no fundo sente que nada mais possui sentido.

O custo invisível

Gallup estima que a falta de engajamento custa à economia global cerca de 8,8 trilhões de dólares por ano. É dinheiro que evapora em forma de baixa produtividade, erros, perda de inovação e clima deteriorado.

E aqui está a ironia: muitas empresas ainda olham só para quem pediu demissão. O quiet cracking passa despercebido porque não tem gesto dramático. É silêncio. Mas esse silêncio custa caro.

Como perceber as rachaduras

As pistas são sutis:

O comunicativo que agora se cala. O proativo que só executa sem brilho. O saudável que vive doente. O engajado que evita interações.

São microfissuras no comportamento, que, se ignoradas, se tornam rachaduras irreversíveis.

O que líderes podem fazer

A boa notícia é que dá pra intervir antes da parede ruir. Algumas atitudes chave:

Escuta genuína: trocar o “tudo certo?” automático por conversas profundas, buscando conversas com cada funcionário e parar para escutar quando o funcionário buscar o líder.

Transparência: falar sobre o futuro da empresa, dividir contextos, reduzir incertezas.

Reconhecimento sincero: não precisa de premiação milionária; um “valeu, isso fez diferença” já conta.

Crescimento visível: mostrar caminhos de evolução, oferecer treinamentos, apoiar planos de carreira.

Segurança psicológica: criar espaço que não se um risco e uma punição, onde errar, questionar e pedir ajuda não seja gere um pânico de tentar nos funcionários.

Não é só política de RH. É sobrevivência cultural.

Conclusão: a rachadura é silenciosa, mas o impacto é ensurdecedor

O quiet cracking não estampa camisetas, não vira trending topic. Mas está corroendo empresas agora, em silêncio. Ele nasce em ambientes onde a liderança falha em proteger o essencial: o sentido do trabalho.

Se o quiet quitting foi um aviso, o quiet cracking é a consequência. E só vai parar quando líderes entenderem que cuidar da saúde emocional das pessoas não é “mimo”, mas estratégia. Afinal, proteger a parede hoje é garantir que a casa não desmorone amanhã.

Saiba mais e faça contato para saber como a GENTE E GESTÃO CONSULTORIA pode ajudar nessa jornada. 

 

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