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  • Writer's pictureGente e Gestao RH

SAÚDE MENTAL EM TEMPOS DE PANDEMIA


Devido a mudança repentina na rotina do mundo inteiro, certamente, cada pessoa alterou a maneira de perceber, sentir e reagir nas situações, antes eram consideradas até mesmo triviais. Todas as conversas tem sido monotemáticas, dificilmente, alguém está conseguindo não falar, não agir e não pensar em função da pandemia.


O contexto é múltiplo, no entanto, sendo repetidamente as instruções sobre o hábito de lavar a mão, isolamento social, excesso de informação e imaginação sobre um vírus imperceptível ao olho humano.


Por outro lado, estão presentes também o desejo de encontrar pessoas queridas, happy hour como maneira de "aliviar o estresse", precisar trabalhar e não possuir demandas ou precisar traçar um novo futuro profissional. Bem como, incerteza da maneira como irá conseguir realizar o pagamento das contas, paralisação de sonhos e planos traçados, relação familiar conturbada pelo longo período de confinamento e o medo de adoecer ou ser agente de transmissão para um ente querido.


Todas essas questões estão sendo enfrentadas, talvez pela primeira vez, por muitos de nós.


Como saber lidar com a saúde mental em tempos de pandemia?


Muitas pessoas associam a saúde mental ao fator de doença mental. São situações distintas. A saúde mental está relacionada como a maneira que a mente de uma pessoa reage às situações vivenciadas, a forma com a pessoa compreende os acontecimentos, identifica os próprios sentimentos, desejos, capacidades, idéias, emoções e reage frente aos acontecimentos.


Todos os seres vivenciam momentos de alegria, amor, satisfação, tristeza, ansiedade, frustração, entre inúmeras emoções, que podem variar a intensidade conforme diversos fatores. Ou seja cada situação gera uma percepção, uma sentimento e uma reação, sendo que esse processo pode ser mais ou menos intenso e totalmente diferente em cada pessoa.



Diversos autores escreveram sobre a saúde mental em tempos de crises coletivas, constatando aumento dos impactos na população, na cultura, na rotina, nos valores de vida e no futuro de uma nação.


Geralmente, quem já possuía um adoecimento psíquico, tende a uma intensificação dos sintomas. No entanto, a revista medica The Lancet, uma das mais referenciadas no mundo, publicou uma revisão de um estudo que avaliou os resultados psicológicos de uma quarentena nas situações antigas de epidemia (H1N1, SARS, Ebola e outras). Concluindo, cientificamente, que as pessoas que foram submetidas à quarentena tinham níveis maiores de estresse psicológico que às não submetidas, sendo os maiores sintomas: ansiedade, insônia, irritabilidade, medo e depressão.


A saúde mental é amplamente singular, no entanto, solicita atenção em tempos em que o mesmo contexto foi imposto para todos, gerando forte tendência ao adoecimento psíquico tanto para quem já estava em tratamento quanto para quem nunca havia escutado sobre o assunto.


Abaixo, elencamos alguns sintomas que podem ocorrer, os detalhes da manifestação e as possibilidades de prevenção ou tratamento.


Depressão: Inicialmente, apegar-se as muitas informações, acabando percebendo que não há possibilidades, assim, reagir de maneira inerte. A súbita eliminação da rotina regular, pode gerar retração e perda da energia e do desejo de vida, não deixando a percepção da probabilidade de um futuro promissor.

Ações: Diminuir o consumo de mídias, criar uma nova rotina acrescentando o que desejava e não havia tempo para realizar, escrever sobre planos futuros que irão gerar sensação de felicidade. Buscar ajuda médica ou indicar a uma pessoa, caso perceba que o sentimento de tristeza e falta de atitudes no cotidiano estão amplamente freqüentes.


Ansiedade: Já era comum inúmeros amigos, colegas de trabalho e familiares utilizarem a expressão: "sou ansioso"! Em tempos de pandemia, os sintomas tendem a intensificarem. As notícias catastróficas geram pensamentos circulares, dificilmente controláveis, invadem a mente repetidamente em tempo integral, informando ao imaginário que o pior irá acontecer, a memória do medo não deixa espaço para outras alternativas. A irritabilidade fica evidente, além da falta de concentração, oscilação de humor, com momentos de euforia e outros de tristeza.

Ações: No cotidiano, as pessoas que já evidenciavam sintomas de ansiedade generalizada, precisavam empregar muita força para conseguirem vencer o medo forte gerado pela percepção aumentada de um problema. Na época de pandemia mundial, essa força pode não se fazer suficiente, cabendo consulta médica e psicológica, bem como, a tentativa de conversar com alguém, em casa ou via remoto, sobre a percepção que está tendo das situações, na tentativa de racionalizar e enxergar a situação em sua devida proporção, sem aumentos desnecessários. Escrever sobre alternativas, usar a criatividade e a energia para produção e não para alimentar pensamentos invasivos.


Obsessão: Pessoas com tendências ou que já apresentavam quadros de comportamento obsessivo compulsivo, os apelos permanentes de higienização são solos férteis para as manias impedirem a realização da rotina produtiva. O medo difuso e por não verem o vírus, ocasiona a fantasia que o "grande vilão" pode estar em todos os lugares, pronto para o ataque, sendo necessário viver em função de combatê-lo, assim, comprometendo situações e decisões do dia a dia.

Ações: Buscar ajuda psicológica e escrever sobre o que "vai bem", compartilhar experiências, conversar sobre as apreensões. Lembrar que somos seres humanos e somos relacionais, impossibilitados de viver sem outras pessoas. O termo distanciamento social vem sendo criticado por alguns profissionais que propõe que o termo correto seja distanciamento físico, visando que as relações saudáveis para a mente humana continuem em outras possibilidades, telefone, virtual...


Dicas Finais:

1- Exercícios físicos, crie uma rotina equilibrada, sem exageros e não deixe o corpo parado, mesmo em casa.

2 - Visite um médico para verificar níveis de vitamina no seu organismo e realizar reposição, se necessário. Lembrando que o ser humano é um ser bio-psico-social, ou seja, esses três aspectos estão relacionados, o bem estar físico, contribui para o bem estar emocional.

3 - Realize vídeo conferências com os amigos, parentes, tome a iniciativa de iniciar uma conversa.

4 - Organize sua rotina com horário de trabalho, estudos, atividade física, alimentação e o relacionamento remoto com amigos e familiares.

5 - Alimente-se melhor, escolha alimentos com maiores taxa de proteína, diminua o açúcar e carboidratos simples.

6 - Caso não tenha o hábito, iniciei uma leitura.

7 - Tire o sábado e domingo para ver filme, navegar pela internet, cozinhar, fazer o que gosta.

8 - Reforce sua espiritualidade, coloque na sua agenda da rotina, o momento diário de fé.

9 - Trabalhe ou estude ou faça cursos, não fique parado, veja como momento ideal para aprimoramentos e você sairá desse momento melhor do que entrou.

11 - Acolha os seus momentos e seu sentimentos, quando o sentimento passa pela consciência, aumentam as chances em lidar melhor com eles, ao invés de negá-los.

12 - Aprenda algo novo, meditação, escrever, cozinhar, artesanato, mídia online ou vendas pela internet para o seu negócio...

13 - Cuidado com a auto-cobrança, permita-se sair da rotina quando for muito necessário. Lembre-se todos estão diante de estresse, só não pode descontar no outro.


No momento são inúmeras possibilidades e cada um conseguirá seguir um caminho melhor para construir um pós pandemia mais promissor.



Grande Abraço,

Psicóloga Organizacional

(31) 97156-1551



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